Um dos maiores estudos estatísticos relativos a consumo alimentar já realizados na história da literatura médico-científica foi publicado em 29/08/2017, e seus resultados desconstroem o famigerado clichê "gordura faz mal".
Foram acompanhadas mais de 135 mil pessoas em 18 países de 5 continentes, as quais foram seguidas ao longo de mais de sete anos em média. |
"Neste estudo, nosso principal objetivo foi avaliar a associação de gorduras (totais, ácidos graxos saturados e gorduras insaturadas) e carboidratos com mortalidade total e eventos de doenças cardiovasculares. O objetivo secundário foi examinar as associações entre esses nutrientes e infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, mortalidade por doenças cardiovasculares e mortalidade por doenças não-cardiovasculares."
Durante o período de acompanhamento, foram identificados 5.796 óbitos e 4.784 eventos cardiovasculares (como acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos) dentre a população estudada. Quando os pesquisadores separaram os participantes em grupos com base no consumo de carboidratos, constataram que as pessoas que comiam mais carboidratos corriam um risco 28% maior de morrer do que aquelas que consumiam a menor quantidade de carboidratos.
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Já quando a divisão foi feita com base na quantidade de gorduras consumidas, foi verificado que as pessoas que ingeriam mais gorduras corriam um risco 23% menor de morrer e 18% menor de sofrer um acidente vascular cerebral (vulgo "derrame") do que aquelas que comiam menos gorduras.
Efeitos da ingestão de gorduras na incidência de doença cardiovascular? No risco de infarto do miocárdio? Na taxa de mortalidade devido a doença cardiovascular? Não-significativos.
Efeitos da ingestão de gorduras na incidência de doença cardiovascular? No risco de infarto do miocárdio? Na taxa de mortalidade devido a doença cardiovascular? Não-significativos.
"Em conclusão, constatamos que um alto teor de ingestão de carboidratos foi associado a um impacto adverso na mortalidade total, enquanto que as gorduras, incluindo as saturadas e os ácidos graxos não-saturados, foram associadas a menor risco de mortalidade total e de acidente vascular cerebral. Não observamos nenhum efeito prejudicial das ingestões de gordura em eventos de doenças cardiovasculares. As diretrizes alimentares globais deveriam ser reconsideradas à luz da consistência das constatações do presente estudo com as conclusões das meta-análises de outros estudos observacionais e com os resultados de ensaios controlados randomizados recentes." (negrito nosso)
A publicação científica (em inglês) pode ser consultada, na íntegra, clicando aqui.
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