Você já deve ter ouvido falar que "óleo de coco ajuda a emagrecer". Neste mundo repleto de desinformação e propagandas enganosas, essa aparenta ser apenas mais uma dentre tantas falsas promessas.
Mas as aparências também podem enganar. Confira conosco por que tal afirmação pode ser realmente verdadeira, e como proceder para obter os resultados que você tanto merece.
Mas as aparências também podem enganar. Confira conosco por que tal afirmação pode ser realmente verdadeira, e como proceder para obter os resultados que você tanto merece.
São três os pontos fundamentais que fazem o óleo de coco ser realmente um aliado na luta contra o excesso de peso e gorduras localizadas:
1- APETITE
A primeira coisa que você precisa entender é que o óleo de coco possui um efeito redutor do apetite. "Mas é claro...", alguém poderia dizer, "...qualquer coisa que se come saceia a fome e consequentemente reduz o apetite!"
Porém o óleo de coco, sendo composto primariamente por triglicerídeos de cadeia media (TCM), saceia mais do que a mesma quantidade de calorias presente em outros alimentos. Isso não é especulação, é um fato comprovado cientificamente: |
- Em um estudo realizado na Escócia, homens saudáveis foram alimentados com variadas quantidades de triglicerídeos de cadeia longa (TCL) e de cadeia média (como os presentes no óleo de coco). Foi constatado que os indivíduos alimentados com maiores quantidades de TCM tiveram uma redução significativa na quantidade de calorias requerida diariamente em comparação a aqueles alimentados com TCL[1].
- Outro estudo, realizado com 12 homens na França, constatou que aqueles que se alimentavam com mais TCM no café da manhã acabavam comendo menos calorias no almoço[2].
O mecanismo através do qual isso acontece se baseia em substâncias chamadas corpos cetônicos, que nada mais são do que solventes saudáveis que se formam no fígado como subproduto da metabolização de determinadas gorduras saudáveis pelo organismo. Vale notar que os corpos cetônicos também são a base da dieta cetogênica, cuja eficácia tem sido comprovada por diversos estudos científicos[3,4,5].
2 - EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
O óleo de coco não é "apenas" uma gordura saudável que a ajuda a inibir o apetite. A estrutura molecular dos TCM faz com que esse óleo seja convertido em energia mais eficientemente do que gorduras compostas por triglicerídeos de cadeia longa (TCL), como por exemplo o azeite de oliva.
Pois é: quando lemos a quantidade de calorias presentes num dado alimento, deveríamos lembrar que, para ser queimada, uma caloria precisa ser convertida em energia. E que quanto mais facilmente essa reação molecular acontece, mais o corpo conseguirá gastar as calorias ingeridas, o que nos leva ao nosso terceiro e último ponto:
3 - QUEIMA DE CALORIAS
O óleo de coco é termogênico, ou seja, sua ingestão tende a aumentar o gasto de energia (queima de gordura) em comparação com a mesma quantidade de calorias de outros alimentos. Esse também é um fato comprovado cientificamente:
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PERDENDO O PESO QUE INTERESSA
Uma vez compreendidos os três pontos acima, não fica tão difícil assim acreditar que o óleo de coco pode realmente ajudar a emagrecer. Ah, e emagrecer de verdade não siginifica somente perder peso, mas perder "aquele peso" realmente danoso como gorduras localizadas em torno da cintura: esse tipo de gordura é o mais perigoso de todos, pois o tecido adiposo alojado em torno dos órgãos internos (que está ligado não somente ao sedentarismo, mas também à alimentação) pode causar inflamações, diabetes, distúrbios cardíacos e uma série de doenças crônicas.
Ainda não acredita? Felizmente o perímetro da cintura (circunferência abdominal), que é um ótimo parâmetro de controle para a avaliação da gordura abdominal, é bem fácil de se medir e acompanhar ao longo do tempo. Então vejamos os resultados de mais alguns estudos controlados:
- Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas administraram uma dose diária de apenas 30 ml (aproximadamente 2 colheres de sopa) de óleo de coco a 40 mulheres; foi constatada uma redução significativa tanto no IMC (índice de massa corpórea) quanto no perímetro da cintura após um período de 3 meses[8].
- Em outro estudo, realizado na Malásia, foi administrada essa mesma dose diária (30 ml) a 20 homens, tendo sido observada uma redução média de quase 3 cm no perímetro da cintura após apenas um mês[9].
Há também outros estudos mostrando que a ingestão de TCM está associada à perda de peso e de tecido adiposo subcutâneo, à redução da circunferência da cintura e a várias melhorias na saúde metabólica[10,11,12].
QUANTO TOMAR
De pouco adianta consumir doses minúsculas de óleo de coco, influenciado por campanhas de desinformação propagadas pela grande mídia que o demonizam como alimento potencialmente perigoso ou "veneno". Nossa recomendação, em sintonia com a renomada nutricionista e pesquisadora americana Mary Enig[13], é ingerir aproximadamente as seguintes quantidades para a obtenção de resultados otimais:
ÓLEO DE COCO FAZ MILAGRE?
Depende de você! Não serve a nada associá-lo a uma alimentação desregrada e repleta de porcarias... Mas, se consumido em consonância com uma rotina alimentar equilibrada, os resultados poderão ser bastante significativos.
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REFERÊNCIAS
- Stubbs, R., Harbron, C. (1996). Covert manipulation of the ratio of medium- to long-chain triglycerides in isoenergetically dense diets: Effect on food intake in ad libitum feeding men. Int J Obes Relat Metab Disord, 20(5), 435-444.
- Van Wymelbeke, V., Himaya, A. (1998). Influence of medium-chain and long-chain triacylglycerols on the control of food intake in men. Am J Clin Nutr, 68(2), 226-234.
- Mcclernon, F. J., Yancy, W. S., Eberstein, J. A., Atkins, R. C., Westman, E. C. (2007). The Effects of a Low-Carbohydrate Ketogenic Diet and a Low-Fat Diet on Mood, Hunger, and Other Self-Reported Symptoms. Obesity, 15(1), 182-182.
- Gibson, A., . . . Sainsbury, A. (2014). Do ketogenic diets really suppress appetite? A systematic review and meta-analysis. Obesity Reviews, 16(1), 64-76.
- Johnstone, A., Horgan, W., Murison, S., Bremner, D., & Lobley, G. (2008). Effects of a high-protein ketogenic diet on hunger, appetite, and weight loss in obese men feeding ad libitum. The American Journal of Clinical Nutrition, 87(1), 44-55.
- Dulloo, A., Fathi, M. (1996). Twenty-four-hour energy expenditure and urinary catecholamines of humans consuming low-to-moderate amounts of medium-chain triglycerides: A dose-response study in a human respiratory chamber. European J Clinical Nutrition, 50(3), 152-158.
- Geliebter, A., Torbay, N., Bracco, E., Hashim, S., & Itallie, T. (1983). Overfeeding with medium-chain triglyceride diet results in diminished deposition of fat. The American Journal of Clinical Nutrition, 37(1), 1-4.
- Assunção, M. L., Ferreira, H. S., Santos, A. F., Cabral, C. R., Florêncio, T. M. (2009). Effects of Dietary Coconut Oil on the Biochemical and Anthropometric Profiles of Women Presenting Abdominal Obesity. Lipids, 44(7), 593-601.
- Liau, K. M., Lee, Y. Y., Chen, C. K., Rasool, A. H. (2011). An Open-Label Pilot Study to Assess the Efficacy and Safety of Virgin Coconut Oil in Reducing Visceral Adiposity. ISRN Pharmacology, 2011, 1-7.
- Zhang, Y., Liu, Y., Wang, J., Zhang, R., Jing, H., Yu, X., . . . Xue, C. (2009). A good response to oil with medium- and long-chain fatty acids in body fat and blood lipid profiles of male hypertriglyceridemic subjects. Asia Pac Journal of Clinical Nutrition, 18(3), 351-358.
- Zhang, Y., Liu, Y., Wang, J., Zhang, R., Jing, H., Yu, X., . . . Xue, C. (2010). Medium- and Long-Chain Triacylglycerols Reduce Body Fat and Blood Triacylglycerols in Hypertriacylglycerolemic, Overweight but not Obese, Chinese Individuals. Lipids, 45(6), 501-510.
- St-Onge, M., & Jones, P. J. (2003). Greater rise in fat oxidation with medium-chain triglyceride consumption relative to long-chain triglyceride is associated with lower initial body weight and greater loss of subcutaneous adipose tissue. International Journal of Obesity, 27(12), 1565-1571.
- Enig, M., Falon, S. (2006). Eat fat, lose fat: the healthy alternative to trans fats. Nova Iorque: Plume.
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